segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Câmara elege Michel Temmer e Senado José Sarney
Na foto, líderes nacionais do PMDB, Quércia ( que apoiou o PFL em São Paulo em 2008 ) José Sarney, Michel Temmer e Renan Calheiros. Atrás o Deputado Eunicio Oliveira, do Ceará.
Por Paulo Rubem
Deu o esperado.
No Senado, José Sarney, do PMDB, obteve 49 votos contra 32 do Senador Tião Vianna, do PT. Na Câmara, Michel Temmer venceu logo de primeira, com 304 votos. O resultado da ocupação dos demais cargos e suas respectivas votações pode ser acessado no site da Câmara, www.camara.gov.br .
Para a eleição de Temmer constituiu-se um "Blocão" com 16 partidos, do qual participou o PDT. A partir de amanhã o PDT, entretanto, já não integra mais esse bloco e passa a atuar em faixa própria, como já afirmamos em outra matéria nesse blog.
A eleição de Sarney provocará, com Temmer na Câmara, uma imensa hegemonia política nas mãos do PMDB, reforçado pelas urnas municipais em 2008 e já com expressiva presença nos ministérios do governo LULA. Especula-se que o partido pedirá mais espaço ainda a partir de agora.
Essa composição poderá ser muito boa para a aprovação de projetos enviados por LULA mas, certamente, levará a política nacional bem mais para a direita.
O PMDB, como se sabe, com algumas excessões, é uma federação de grupos regionais, todos com larga experiência na ocupação do aparelho do estado, com cargos, diretorias, gestão de gordos orçamentos federais etc.
Essa concepção de atuação dentro do aparelho de estado certamente colocará em plano terciário ou outro pior a necessidade de se empurrar a máquina pública e seus recursos para que se responda com amplitude aos graves problemas sociais que estamos vendo.
Temmer já declarou que talvez sejam necessárias " medidas impopulares", para o país enfrentar a atual crise econômica mundial. Veja trecho de seu pronunciamento no site da Câmara. Uma declaração que sinaliza o possível pagamento de parte da saída da crise pelos trabalhadores que não a provocaram sob hipótese alguma.
Com esse desenho de poder agora definido qual será o papel das centrais sindicais e dos movimentos sociais ? Vão baixar a cabeça e aceitar tapinhas nas costas, afirmações bem humoradas de LULA e apelos emocionados em defesa de " um projeto" que cada vez mais se distancia dos trabalhadores ?
Ou ficarão fazendo de conta que nada acontece, integrando-se, mais uma vez, na campanha pela sucessão de LULA sob a hegemonia do PT e, certamente, do PMDB ?
A imprensa que comanda a formação da opinião econômica no país começa a abrir espaço para matérias e pontos de vista cada vez mais alinhados na defesa da " redução dos gastos públicos", sobretudo os gastos de custeio ( leia-se aí a manutenção da máquina pública, com a possível protelação do pagamento de conquistas obtidas pelos servidores, carreiras etc ).
Nenhuma reflexão, porém, ante os R$ 767,48 bilhões(*) gastos só com juros da dívida pública, gastos absolutamente improdutivos, que servem apenas para aumentar os ganhos dos mais ricos !!
Mais adiante vamos analisar detalhadamente as propostas de corte para o orçamento de 2009, já especulando-se que o governo proporá algo na faixa de 32 bilhões de reais.
(*) fonte : Banco Central, em matéria de 29 de janeiro de 2009, do jornal "Correio Braziliense", pagina 14, com o título " POUPANÇA DO GOVERNO AMEAÇADA".
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