segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

BRADESCO ANUNCIA LUCRO DE 8 BILHÕES EM 2007



Por Paulo Rubem Santiago


A imprensa on-line anuncia agora à tarde que o Bradesco revela um lucro de R$ 8 bilhões em 2007, representando quase 60% sobre o lucro de 2006.

Bem, muitas análises podem e devem ser feitas em cima disso.

Bancos existem desde os tempos antigos e continuarão existindo. Ninguém imagina guardarmos dinheiro no colchão de palha ou nos cofres na parede do quarto.
O que deve ser analisado é quem atua sobre a ação dos bancos para assegurar uma regulação séria e o combate aos abusos praticados nas tarifas e nos serviços oferecidos.

Alguém pode falar que o Banco Central já faz isso mas sabe-se que o BC vive uma eterna crise de identidade( ou será de interesses ? )junto ao sistema financeiro.

O BC afirma cuidar da moeda e do combate à inflação mas arvora-se de ser,também, agência reguladora dos bancos. Duro é acreditar nisso quando se sabe que muitos de seus ex-dirigentes são hoje, e desde sempre, banqueiros assumidos ou disfarçados.

Uma boa leitura sobre isso encontraremos em Lourdes Sola, Eduardo Kugelmas, Laurence Whitehead, responsáveis pela publicação de " Banco Central, Autoridade Política e Democratização. Um equilíbrio Delicado ", pela Fundação Getúlio Vargas.Já lemos e sugerimos que todos leiam.

O quanto os bancos faturam na concessão do crédito ?
Que tipo de crédito é esse ? Será imobiliário ou direto aos consumidores ?
Nesse faturamento, quando é tarifa cobrada, quando é juro recebido ?
E essas tarifas e esses juros, quem regula ?

Bem, na carteira de títulos públicos, quanto tem sido o lucro do banco e que tipo de títulos tem em suas carteiras, remunerados pels SELIC ou serão pré-fixados ?

Essas e outras perguntas precisam ser feitas para que não se fique apenas no espanto das altas taxas de juros obtidas pelos bancos.

O mais grave é saber quanto os bancos gastam com financiamento de campanha eleitoral e quem são os parlamentares e governantes financiados pelos bancos. Assim se saberá qual a bancada que efetivamente os bancos têm no Congresso Nacional e porque as leis para a regulação no setor não são aprovadas.

Vamos aguardar algumas outras análises e continuarmos debatendo a questão em busca de mecanismos mais democráticos de concorrência, controle e prestação de serviços bancários à sociedade.

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