O Blog reproduz matéria publicada hoje no jornal "Folha de São Paulo".
Em pauta a questão dos salários pagos aos professores das redes públicas dos estados da federação.
Vale esclarecer que está em pauta na Câmara dos Deputados a aprovação de projeto de lei que estabelece uma proposta de piso salarial nacional para os profissionais das redes públicas estaduais e municipais. Na votação realizada na Comissão de Educação e Cultura NOSSO VOTO FOI O ÚNICO VOTO CONTRÁRIO à proposta do Relator, Dep. Severiano Alves ( PDT-BA), indicando R$ 950,00 reais para 40hs com todos os demais vencimentos incluídos até 2009. Irrisório, evidentemente.
Na discussão da matéria fui o autor de emenda que propõe, também, PISO SALARIAL NACIONAL para os servidores técnico-administrativos do quadro efetivo da educação pública nos estados e municípios.
Pernambuco, que já havia se localizado em 24o. lugar nos exames do SAEB, surge agora com a pior remuneração, o que implica esforços e muita mobilização da categoria para mostrar ao governo do estado que as atuais e necessárias medidas em curso ( reformas de escola, fardamentos distribuídos gratuitamente, novas nomeações a novos concursos ) só se completarão quando houver a progressiva valorização da remuneração dos profissionais da educação, algo que não será equacionado sem o incremento da arrecadação estadual, o combate á sonegação fisal, nem sem um maior aporte de receitas por parte da união no FUNDEB.
Segue a matéria.
São Paulo, segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Pernambuco tem piores salários; DF, os melhores
São Paulo tem quinta maior média, R$ 1.767, nas redes municipal e estadual
Levantamento revela surpresa, como o terceiro lugar conquistado por Sergipe; cálculo teve como base jornada de 40 horas
DA SUCURSAL DO RIO
Os maiores rendimentos de professores da rede pública básica para uma jornada de 40 horas são encontrados no Distrito Federal (R$ 3.371, em média), diz o estudo do Ministério da Educação feito a partir da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Os docentes de Pernambuco são os com piores salários (R$ 831) no país.
Em Pernambuco, Maria Agnalda Cunha, 47, mesmo com nível superior, tem na rede estadual salário bruto com gratificações de apenas R$ 542 para uma jornada parcial. Segundo ela, o valor não chegar a ser suficiente nem para poder quitar mensalmente as despesas com água, luz e telefone.
Por isso, precisa complementar o salário dando aulas à noite no município e, entre as duas escolas, ainda acha tempo para dar aulas particulares. "Fica muito apertado e não sobra quase nenhum tempo livre", diz Maria Agnalda.
Já Cesar Santos, 41, professor em Brasília, consegue um rendimento líquido de cerca de R$ 3.000 ao trabalhar exclusivamente na rede distrital.
"Se eu disser que não consigo viver com esse salário estaria mentindo, mas não pago aluguel. Muitos professores daqui não têm essa facilidade, o que faz muita diferença numa cidade com custo de vida tão alto", afirma Santos.
Antônio Lisboa, diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, lembra que, além do custo de vida, é preciso considerar que os professores têm o pior rendimento entre os servidores públicos da capital.
O secretário de educação do DF, José Valente, reconhece essa situação e diz que o governo se comprometeu a priorizar os professores em reajustes, mas afirma que, por ter os melhores salários do Brasil, cobrará sempre os melhores desempenhos em avaliações.
O levantamento revela também algumas surpresas. O Estado de Sergipe aparece como terceiro melhor rendimento (média de R$ 2.012).
O diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe, Roberto dos Santos, diz que, levando em conta gratificações, o salário pode mesmo chegar a R$ 2.000 se o professor trabalhar no Estado e no município.
Ele diz que o sindicato conseguiu repor parte das perdas em 2006, mas que ainda há uma perda acumulada de 32%.
São Paulo
São Paulo tinha em 2006 a quinta maior média (R$ 1.767) quando se considerava tanto a rede municipal quanto a estadual. Considerando apenas a rede estadual, o Estado apresentava o sétimo maior rendimento (R$ 1.840). Na média das redes municipais, o rendimento dos professores paulistas era o segundo maior.
Uma das maiores vantagens de usar a Pnad em comparações de salários de professores é que a pesquisa permite medir o rendimento médio de todos os docentes do país, sem se limitar a apenas um ponto da carreira (o rendimento para um professor em início da carreira é sempre diferente de um no fim, por exemplo).
Em compensação, por ser uma pesquisa feita por amostra, é preciso considerar que há margem de erro.
Os rendimentos médios de R$ 1.840 na rede estadual de São Paulo, por exemplo, são tão próximos dos de Rondônia (R$ 1.863), Roraima (R$ 1.856) e Acre (R$ 1.826) que a diferença não é estatisticamente significativa. (ANTÔNIO GOIS)
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
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