Por Paulo Rubem Santiago
Caríssimos(as) companheiros(as), amigos e apoiadores de nossa representação parlamentar
Chegamos ao último dia de 2007 e queremos aqui deixar registrados nossos agradecimentos.
Agradecemos a Deus, em todas as suas expressões religiosas, por nos ter assegurado serenidade, reflexão, paciência, atenção e diálogo nos momentos mais difíceis de nossa caminhada. Agradecemos aos nossos irmãos, familiares, esposa e filhos, pela compreensão ante tantas ausências do convívio e do lazer.
Agradecemos aos nossos assessores do mandato, aos que nos estimularam a erguer a cabeça e seguir em frente, nas horas de dificuldades pelas quais passamos este ano.
Agradecemos as críticas aos nossos erros e lacunas na prática cotidiana, , o incentivo, às manifestações de amigos, apoiadores e admiradores de nossa ação parlamentar, pois irmanados no mesmo sonho de mudanças conjunturais e estruturais, continuaremos dando passos, unindo forças e tecendo caminhos para vivermos um país mais justo, digno e cidadão.
Foi dificil enfrentar esses desafios mas nossa história e nossa certeza de que trilhamos o caminho da ética e da coerência nos animaram a seguir adiante.
Nossa saída do PT foi se tecendo ao longo de vários e vários anos. A perda de perspectivas, mesmo ao lado de importantes obras administrativas nos governos que dirige,a transigência com atos que outrora combatíamos tenazmente na oposição, a adesão veloz aos encantos do aparelho de estado ( empregos para algumas famílias, cargos, estruturas de poder, acesso a recursos para viablizar futuras campanhas ), isso tudo nos fez crer que, nessa trajetória, só teríamos chances de permanecer protagonistas se assumissemos as mesmas práticas e os mesmos interesses.
Saímos para o PDT e avançamos para consolidar novas relações de representação política,renovando a compreensão de que o mandato é ferramenta de luta e os partidos democráticos são mais um instrumento na construção da sociedade socialista.
Nos últimos meses fomos convidados para expor nossas idéias, projetos e teses em congressos, conferências, seminários e encontros onde tratamos de temas que têm marcado nossa vida pública.Assim foi com Ministros de Tribunais Superiores e do governo LULA, magistrados, promotores, educadores, profissionais da saúde, grupos culturais, estudantes, professores, trabalhadores rurais, mulheres e jovens.
A luta pelo combate à corrupção, a defesa da democracia direta na execução e avaliação dos orçamentos públicos, a construção de uma política educacional de qualidade, com pesados investimentos públicos, a reforma agrária, uma política digna de financiamento da saúde pública, o fim dos privilégios legais de parlamentares e gestores públicos acusados por fraudes e corrupção no uso do dinheiro público,uma outra política penitenciária e criminal, a defesa da igualdade nas ações de gênero, raça, na promoção dos direitos humanos.A cultura como fator de emancipação, organização e exercício da cidadania.
Em todos esses passos, a defesa intransigente de uma nova ordem econômica global, uma nova ética macroeconômica onde a economia não se justifique por si própria, onde a carga tributária vigente no país, recorde e amplamente regressiva, não sirva em primeiro lugar aos interesses das elites financeiras que vêem no estado a fonte privilegiada de multiplicação de suas riquezas.
Lutamos por uma economia que não se justifique por si mesma, por seus índices, seja de crescimento do PIB seja pela elevação do valor real do salário mínimo. Em primeiro lugar, lutamos para submeter a economia ao interesse público e não para submeter a sociedade ao que sobra das receitas públicas após saciada a fome de acumulação do capital financeiro.
Governar sob o interesse dos trabalhadores sempre foi nosso lema. Mas os governos são transitórios, numa democracia marcadamente tutelada pelo capital privado nas campanhas, na mídia e na pressão dos grupos econômicos sobre as decisões governamentais.
Por isso reafirmamos a necessidade da formação política em cada passo das lutas e reivindicações populares. Dialogar, ler, refletir o mundo, o país, o estado, a cidade, cada conflito social que nos cerca.
Por isso não basta governar bem e inverter prioridades emn relação aos governos das elites e das oligarquias. Não se pode governar, também, repetindo as práticas de tomada de assalto do aparelho de estado para fins privados, de grupos e correntes políticas.Por isso é necessário superar as crônicas estruturas de estado voltadas à afirmação do poder pelo poder e da reprodução do capital, seja por meio de políticas econômicas , seja pela corrupção no trato da coisa pública.
A democracia que conhecemos, embora hoje alimentada pela pressão social e pela informação eletrônica, ainda é refém do capital, das oligarquias, do adesismo e da cooptação das lideranças populares às vantagens e à sedução do aparelho de estado.
Por isso , em 2008, que se renove em cada um de nós a defesa da democracia direta, socialista, capaz de organizar as massas trabalhadores e exercer a ação do estado para superar a desigualdade e o crônico atraso dos chamados " programas sociais" que se arrastam décadas para produzirem resultados, enquanto as elites acumulam bilhões e bilhões a cada ano com o pagamento dos juros da dívida pública.
Em 2008 teremos um desafio ético e popular pela frente. Garantir no TSE uma resposta efetiva à tentativa feita pela executiva nacional do PT de cassar o mandato que representamos. Uma tentativa covarde, cínica, autoritária e que visa apenas punir uma representação que sempre se pautou pela coerência e pela ética na ação política.
Mais à frente contribuir com as disputas de 2008, reforçando mandatos e projetos de governo democráticos e voltados à promoção da justiça social.
Espero que o próximo ano, que começa amanhã, 1 de janeiro, nos faça mais felizes, mais alegres, mais generosos, mais dedicados ao projeto coletivo de viver numa sociedade justa, em paz, sem explorados e exploradores.
Pois a vida dev(er)ia ser bem melhor e será !!
Forte Abraço.
Paulo Rubem Santiago.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
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