quarta-feira, 5 de março de 2008

JUROS ALTOS : A FESTA DA ACUMULAÇÃO



O Brasil acaba de bater mais um recorde, recuperando a posição de País que pratica as mais altas taxas básicas de juros reais do mundo.
As elites que aplicam seus excedentes de riqueza nos títulos públicos comemoram, o país é sangrado para pagar tais valores a uns 20.000 clãs de famílias ricas, às custas de suas maiores necessidades.
O blog reproduz matéria de hoje da Folha de São Paulo sobre o assunto.
Vejam e reflitam.

Brasil passa Turquia e volta a ser o campeão mundial dos juros

Da Redação
Em São Paulo

O Brasil voltou a ter a maior taxa real de juros do mundo, com 6,73% ao ano. Em segundo lugar, está a Turquia, com 6,69%, segundo estudo elaborado pela UP Trend Consultoria Econômica (veja gráfico abaixo).

Os juros reais são representados pela Selic (taxa básica de juros) menos a inflação projetada para os próximos 12 meses.

O Brasil estava em segundo lugar desde julho do ano passado no ranking de maiores juros reais. Essa troca de posições foi causada por sucessivos cortes na taxa de juros da Turquia nos últimos meses, pela manutenção da Selic e também pela inflação relativamente comportada no Brasil.

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Na tabela construída pela UP Trend, a Austrália ocupa a terceira posição, com juros reais de 4,9% anuais, seguida pelo México, com 4,2% anuais e Inglaterra, com 3,2% ao ano. Já na lanterna está Cingapura com inflação negativa de 4,7% anuais e os Estados Unidos, com 1,3% negativos ao ano.

Efeitos bons e ruins

Ter juros altos não causam apenas problemas na economia de um país. Embora para as operações internas, como crédito bancário e taxas de uso de cheque especial, os juros elevados sejam o grande vilão, para quem busca aplicações em títulos do governo indexados à taxa Selic são um verdadeiro prêmio. Isso porque esses investimentos pagam rendimento conforme o juro vigente.

Então, quanto mais elevada for a taxa de uma economia, maior será a atração de capital, sobretudo estrangeiro, de investidores que buscam alocar seu dinheiro onde o rendimento é maior, ainda que se trate de uma economia emergente.

O ingresso de capital externo no país, por sua vez, acarreta a vinda de grande quantidade de moeda estrangeira que vai girar na economia brasileira. Por essa razão, no dia 18 de fevereiro, o dólar fechou as negociações na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F) no menor valor desde 18 de maio de 1999, com queda de 4,85%, cotado a R$ 1,669.

Reunião do Copom
O Brasil só deixaria o posto de campeão de juros se o Comitê de Política Monetária (Copom) cortasse a taxa em reunião hoje (atualmentente a Selic está em 11,25% ao ano). Na avaliação do economista-chefe da UP Trend, Jason Freitas Vieira, essa hipótese é remota.

Juros nominais

Apesar de possuir a liderança no ranking mundial de maiores juros reais, o Brasil está fora dessa posição em termos de juros nominais (sem descontar a inflação projetada para os próximos 12 meses) pelo 11º mês consecutivo.

O país está em 4º lugar, com 11,25% anuais, atrás da Turquia, com 15,4% ao ano e da Venezuela, com 17,5% ao ano. Em último lugar na tabela aparece o Japão, com apenas 0,5% anuais.

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