domingo, 11 de janeiro de 2009

CPT faz balanço da luta pela reforma agrária em 2008



Por Paulo Rubem

A CPT-Comissão Pastoral da Terra acaba de publicar o balanço de 2008 sobre as lutas agrárias e as políticas desenvolvidas pelo governo LULA para setor.

Na imagem, Dom Tomás Balduíno, Presidente Nacional da CPT.

Mais informações podem ser obtidas acessando-se também o site do MST-www.mst.org.br .

08/01/2009

Da Comissão Pastoral da Terra - CPT

O governo brasileiro intensificou seu apoio ao agronegócio priorizando o Programa de Agrocombustíveis, a partir do etanol, atendendo aos interesses de grandes empresas nacionais e do capital internacional. Além de procurar regularizar a grilagem de terras na Amazônia e de alienar partes extensas do território nacional às empresas transnacionais, o governo disponibilizou recursos públicos ao agronegócio. Só o setor sucroalcooleiro recebeu este ano mais de R$ 6,4 bilhões, apenas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que aplica os recursos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador - também no agronegócio. Essa política de incentivo aos agrocombustíveis só aumentou em 2008, sendo que no final do ano houve uma forte redução nos projetos programados, tendo em vista que a crise financeira internacional, logo no seu início, impactou fortemente a atividade sucroalcooleira. Essa redução de investimento denunciou, mais uma vez, a fragilidade e a conhecida dependência desse setor quanto aos recursos públicos e à ação do Estado.

A Reforma Agrária está paralisada, sem que o governo cumpra a função de adotar o conjunto de medidas indispensáveis para valorizar e multiplicar a agricultura familiar e camponesa, atacar e reverter a elevada concentração da propriedade da terra no Brasil, que é uma das maiores do mundo. Transformou-se em um mero programa de assentamentos, que está bastante aquém das próprias promessas do II Plano Nacional de Reforma Agrária (II PNRA) elaborado no início do Governo. O ano de 2008 foi o pior para Reforma Agrária no governo Lula. O número de famílias assentadas correspondeu a, apenas, cerca de 20 % do total das famílias assentadas em 2007, desempenho que, por sua vez, já estava abaixo da meta estabelecida.

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