Eduardo Campos diz que PT perseguiu Paulo Rubem
TSE começa a ouvir testemunhas no processo por infidelidade
Jairo Lima
A colhida de depoimentos do processo em que o PT pede o mandato do deputado federal Paulo Rubem Santiago (PDT) teve início ontem, com a participação do presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O socialista concordou com os argumentos do federal, que deixou o Partido dos Trabalhadores, depois da data-limite estipulada pelo Superior Tribunal Federal (STF) - 27 de março de 2007 - e filiou-se à legenda pedetista. Rubem alega perseguição política intrapartidária. “Acho que a razão principal da saída (de Paulo Rubem) foram as divergências que se acumularam com o tempo. Por ter sido colega dele, entre 2003 e 2006, pude acompanhar as dificuldades que ele teve ao longo dos últimos anos no PT”, defendeu Campos.
A falta de apoio do PT nas eleições municipais de Jaboatão dos Guararapes, em 2004, quando Paulo Rubem foi candidato a prefeito, também é um dos fortes motivos apontados na defesa, para comprovar a perseguição de sua ex-legenda. Aliás, Rubem disputará a Prefeitura mais uma vez, em outubro, agora pelo PDT, já que os petistas haviam optado pela candidatura do deputado estadual André Campos.
“A candidatura dele a prefeito de Jaboatão dos Guararapes não contou com apoio das mais importantes lideranças do partido, ao contrário de outros candidatos em cidades próximas”, relembrou Eduardo Campos.
A lista de testemunhas de Paulo Rubem conta com outras lideranças nacionais, como o presidente da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, e o ex-líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (ex-ministro das Comunicações). Hoje, devem depor o ex-ministro da Educação e senador Cristóvão Buarque, o ex-secretário de Comunicação do PT de Pernambuco, Odilon Lima, e o deputado federal Fernando Ferro (PT). “Esse foi mais um episódio em que o PT abriu mão de seus princípios e passou por cima de um fundador, que sempre honrou como aprendizado que tive com pessoas como Paulo Freire e Cristóvão Buarque”, argumentou Paulo Rubem.
Depondo contra o deputado estiveram presentes: o ex-líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), e o ex-presidente do PT de Pernambuco, Jorge Perez. Essa é apenas a primeira fase do processo que pode tirar o mandato de Paulo Rubem. O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marcelo Ribeiro, ainda analisará os depoimentos, e a conclusão pode durar mais alguns meses.
Um comentário:
O crédito da foto é de J. Amarante/ Fotógrafo do PDT em Brasília.
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