segunda-feira, 6 de abril de 2009
IPEA : Comunicado expõe painel da economia internacional e situa o País na crise
Por Paulo Rubem
Fechando a noite-madrugada desse domingo para segunda, faço questão de convidar à leitura do mais recente Comunicado da Presidência do IPEA, o de No. 18, intitulado
"CRISE INTERNACIONAL,METAMORFOSES DE EMPRESAS TRANSNACIONAIS E IMPACTOS NAS REGIÕES DO BRASIL".
Acesse em www.ipea.gov.br.
O documento tem 40 páginas mas de leitura fácil e bastante interessante.
Deixamos aqui as conclusões, que sinalizam pela necessidade de ser fazer mais do que o governo hoje vem fazendo, algo na linha de nosso pronunciamento da última 4a. feira na Câmara Federal.
Vejam as sugestões do COMUNICADO.
Boa leitura, boa noite e até amanhã ( aliás,até logo mais ).
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IV – Algumas Observações finais
O Brasil vinha numa trajetória de expansão dos investimentos, do emprego
formal, do mercado interno e do PIB até outubro de 2008. As medidas
implementadas até agora pelo Governo brasileiro procuram reduzir os impactos
negativos sobre os investimentos, a produção e o emprego. Mesmo assim, tem
havido uma perda importante de emprego, da produção industrial, sinalizando um
crescimento ajustado bem para baixo. Na última reunião do COPOM, a taxa
básica de juros foi reduzida em um ponto e meio percentual mas o patamar
continua alto e os efeitos positivos dessa alteração demorarão algum tempo para
se fazer sentir. Na realidade, o cronograma dessas reuniões poderia ser encurtado
para conferir agilidade a possíveis novos cortes.
A gravidade dos efeitos da crise exige mais.
O Brasil detém hoje diferenciais competitivos no cenário mundial, como os investimentos do PAC euma estrutura de financiamento público da produção através do seu sistema de 39 bancos públicos (BNDES, BRDE, BB, Caixa Econômica, BASA e BNB).
O que precisa ser feito é a proposição de novas institucionalidades que garantam uma
ação de complementação da nossa estrutura produtiva, especialmente a industrial,
no sentido de internalizar no território os investimentos que completam as cadeias
produtivas já instaladas e propiciam a instalação de sede de projetos e
desenvolvimento de produtos, melhorando a posição brasileira na divisão
internacional do trabalho hoje restrita, primordialmente, às atividades de
montagem.
Esta ação terá, por sua vez, efeitos positivos sobre os mercados de
trabalho criando postos de trabalho mais qualificados e melhor pagos, e ainda,
com efeitos positivos sobre os conteúdos de formação de engenheiros e toda uma
geração de técnicos instados a pensar e a criar.
Estas medidas em seu conjunto, além de ampliarem e consolidarem a estrutura produtiva nacional, caminham também na direção de ampliar a participação dos salários no PIB. A efetivação dessa possibilidade dependerá da capacidade de incluir no elenco das ações brasileiras, as políticas públicas negociadas entre Estado e empresas, na busca da consecução de um objetivo compartilhado. Se crise também é oportunidade,eis, portanto, um desafio: ir além da ação sobre os efeitos de curto prazo e pensar nas possibilidades produtivas brasileiras de longo prazo.
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