terça-feira, 28 de abril de 2009
Economistas apontam rumos para o pós-crise no País
Por Paulo Rubem
Em debate realizado na Universidade Federal de Pernambuco na noite dessa segunda-feira, 27 de abril, os economistas Valdeci Monteiro dos Santos, João Sicsú e Fernando Ferrari apontaram as causas da crise econômica atual, a reação da economia no Brasil e no mundo e medidas que deverão ser adotadas para sairmos da crise e para que se promova a reestruturação da economia mundial mais adiante.
O evento foi organizado por nosso mandato e pelo Conselho Regional de Economia.
Na ocasião lançamos o Núcleo Celso Furtado, de Estudos da Economia e do Desenvolvimento, através do qual pretendemos realizar debates mensais nesses temas.
As exposições apresentadas em power point pelos economistas estão disponíveis em nosso site www.paulorubem.com.br e são ricas em dados.
Valdeci Monteiro, Doutorando em Economia pela Unicamp, Presidente do Conselho Regional e Professor da Universidade Católica de Pernambuco, destacou a origem da crise e sua repercussão, em especial, em Pernambuco, mostrando como o estado tem conseguido reagir aos impactos do momento, apontando a forma diferenciada como a crise se instala em outras regiões do país, sobretudo pelo fato de Pernambuco não ser um grande estado exportador e por ter suas vendas concentradas no mercado interno.
Para Valdeci o atual bloco de investimentos em andamento, tocados pelo PAC e por projetos privados, permitirá que a economia estadual se diversifique a médio e longo prazo, o que poderá deixar o estado em melhores condições no pós-crise.
Fernando Ferrari, Pós-Doutor pela Universidade do Tenesse, atual Presidente da Associação Keynesiana Brasileira e professor da UFRGS, fez minuciosa análise das causas da crise e apontou que o governo LULA, embora com algumas diferenças de iniciativa em curso, mantém o mesmo tripé básico adotado na era FHC, centrando a política fiscal na meta de superávit (ora reduzindo-o), câmbio flutuante e política monetária de elevadas taxas de juros.Ferrari apontou, por dentro da crise, uma crise de paradigmas, desenhando, a partir daí, a necessidade de uma nova governança econômica mundial após a superação dos efeitos nefastos ora em curso na economia e no emprego.
João Sicsú, Doutor em Economia e Professor da UFRJ, atual Diretor do IPEA na área macroeconômica, discordou de Ferrari em parte, destacando medidas anti-cíclicas adotadas pelo governo LULA , enfatizando a necessidade de aumento dos gastos públicos. Sicsú apresentou um conjunto de dados que sinalizam uma tendência de recuperação da economia, contudo, sem ainda espelhar um avanço rumo ao crescimento verificado em 2008.
De forma uníssona, entretanto, os economistas destacaram a necessidade do aumento do gasto público como forma do estado alavancar a economia, já que a crise financeira gerou profunda crise de confiança nos agentes privados, sendo assim evidente o papel do Estado no enfrentamento da atual situação.
Antes da platéia, questionamos a qualidade dos asatos públicos que têm sido realizados há anos, em especial os gastos com serviços da dívida pública, sem qualquer relação com a geração de empregos, a inclusão social e a ação em infra-estrutura.
Os participantes do debate na plenária levantaram questões relativas ao entrelaçamento da crise e sua origem, que teria ocorrido não na esfera financeira e sim na própria economia real que já havia descolado do setor produtivo ao final dos anos 80 do século passado, além de se levantar o tema do emprego como referência essencial para que o momento atual e o pós-crise.
O debate foi filmado e será disponibilizado em em edição condensada posteriormente.
Nas imagens a intervenção dos palestrantes ( Valdeci, ao lado do banner do Núcleo Celso Furtado,Ferrari, de pé, de blusa azul e Siscú, à esquerda na mesa)e do plenário.
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