segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
"Lula tem trunfos para negociar um acordo com o mercado: menos juros, mais crescimento"
“Ou o governo mexe no Banco Central e derruba fortemente as taxas de juros ou o antídoto não funciona e seguimos para baixo”, diz, em entrevista à Carta Maior, o economista José Carlos de Souza Braga, professor da Unicamp. Para ele, o argumento conservador em defesa dos juros é "terrorismo puro e simples".
Redação - Carta Maior
Data: 05/12/2008
No arremate de um texto escrito ainda em 1996 ("Economia e Fetiche da Globalização Capitalista"), José Carlos de Souza Braga, professor do Instituto de Economia da Unicamp, antecipava em 12 anos algumas interrogações que encabeçam agora a agenda da crise econômica mundial. “Estamos diante de qual transição? Qual reforma, muito mais que (re)regulamentação, é necessária? Qual forma de reorganização econômico-social e democrática é almejável? Que tipo de crise-transição é essa que se não for bem encaminhada nos colocará diante de uma ‘neo-barbárie’ da qual a praxis neoliberal e a impotência crítico-propositiva são mero intróito?”
Antecipações arrojadas, a exemplo dessas, costumam percorrem as análises do economista da Unicamp. Braga foi um dos pioneiros a apontar o ovo da serpente nas regras displicentes dos acordos da Basiléia que há cerca de vinte anos prometiam disciplinar os mercados financeiros globalizados. Ele tornou usual a expressão “financeirização do capitalismo”, ao lado de colegas da mesma universidade, como Luiz Gonzaga Belluzzo e o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que, em 1998, também escreveram um ensaio demarcador sobre o tema (“Financeirização da riqueza, inflação de ativos e decisão de gastos em economias abertas").
Braga cunharia ainda a expressão “supermercado financeiro”, uma metáfora recorrente na explicação do colapso atual. A emergência do supermercado financeiro refletiria o desmonte das regulações e atribuições específicas que ordenavam o funcionamento dos circuitos do dinheiro a juro, desde 1929 e, com maior amplitude, a partir dos acordos e regras de Bretton Woods, em 1944. O avanço político e econômico das forças ditas liberais nos anos 70 – o golpe militar no Chile, em 1973, seria um dos seus laboratórios avançados - solaparia progressivamente as fronteiras e delimitações do circuito da riqueza líquida, esvaziando-se o poder de controle do Estado sobre ela.
Leia a entrevista inteira acessando www.cartamaior.com.br
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