Prezado Paulo Rubem
Por meio desta queremos expressar nossa solidariedade e reafirmar nossa certeza de que sua postura política e opções partidárias sempre se pautaram por motivações ideológicas, jamais se confundindo com aqueles que trocam de partido por interesses materiais ou oportunismo político. Presenciamos a sua batalha política dentro do PT, em defesa das posições históricas do partido, batalhas que causaram desgosto ao núcleo dirigente do partido e consequentes perseguições. Sabemos, portanto, que a sua decisão de sair do PT foi embasada em uma legítima opção política, da qual discordamos, mas que merece todo o respeito.
Luciana Genro - Líder da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados
Edilson Silva - Presidente do PSOL de Pernambuco
Prezado amigo e companheiro Paulo Rubem,
Impossibilitados - embora desejássemos - comparecer ao ato em defesa de seu mandato - que é do povo de Pernambuco - manifestamos nossa mais sincera e vigorosa solidariedade ao companheiro e àqueles e àquelas que o elegeram deputado federal. O seu caso não se configura - em hipótese alguma - como um caso de infidelidade partidária. Se alguém foi infiel nesse processo, foi o PT, que traiu sua história, mudou de lado, refugou todas as teses populares, democráticas e socialistas que marcaram sua trajetória para abraçar o social-neo-liberalismo. Somos testemunhas , até porque também fizemos parte dessa história na legislatura passada, da nossa resistência - dos parlamentares que formamos o Bloco de Esquerda - na luta contra a reforma neoliberal da previdência, contra a política econômica que seguiu os ditames do FMI, contra a não realização da Reforma Agrária, contra a autonomia do Banco Central e a blindagem de Henrique Meirelles, contra a liberação dos transgênicos, contra os escândalos vergonhosos , como o mensalão. Aqueles que, como nós e tantos outros companheiros e companheiras se mantiveram fiel ao projeto histórico que embalou o PT, fomos punidos injustamente - alguns, como Heloisa, Babá, Luciana e João Fontes, com a expulsão; outros, como nós, com suspensões sucessivas - em nome de uma fidelidade de caráter apenas formal. Portanto, sua saída do partido, que outrora acalentou nossos sonhos, foi mais do que um ditame de consciência, foi um ato de legítima defesa de um mandato que continua se pautando pela coerência e combatividade. Para seguir exercendo seu mandato com autonomia, você teria necessariamente que se desligar do partido que ajudou a construir. Resista, Paulo, em nome da democracia e da coerência.
Um grande abraço,
Chico Alencar,
Ivan Valente ,
João Alfredo ,
sexta-feira, 11 de abril de 2008
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