Deputado deixou o PT no ano passado depois de sofrer perseguições
Márcio Vinícius
Agência Nordeste
BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma na próxima quinta-feira mais uma rodada de julgamento dos chamados políticos infiéis. Desta vez, os ministros decidem o futuro político do deputado federal Paulo Rubem (PDT-PE). O parlamentar de Pernambuco deixou o PT em setembro do ano passado para integrar o quadro pedetista. Os petistas requisitaram ao TSE o mandato do deputado de volta.
Em outubro, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que os mandatos pertencem aos partidos, e não aos eleitos. Por isso, os parlamentares que trocaram de legenda depois do dia 27 de março deste ano, data estabelecida pelo TSE como início da vigência da regra que determina a devolução dos mandatos aos partidos para quem trocou de legenda, podem perder o mandato.
Paulo Rubem alega que deixou o partido por divergências ideológicas e acusa o PT de romper com seus ideais políticos da época da fundação do partido. “A base do partido, hoje, é o fisiologismo. É na base do toma lá dá cá, basta lembrar o episódio do mensalão. O PT sempre combateu a corrupção, mas a chegada de Lula ao poder deixou claro que o partido perdeu os rumos. Eu não me identifico mais com a linha que o partido segue”, destaca Rubem.
O pedetista se diz confiante de que o TSE manterá seu mandato. “Meu caso é único. Não troquei de legenda para engordar nenhum outro partido. Troquei porque preciso de princípios políticos que o PT não me oferecia mais”, defende Rubem. O deputado conta que a decisão de trocar de partido foi motivada com uma manobra realizada pelos petista que garantiu uma das relatorias do Orçamento do ano passado para o deputado João Leão (PP-BA). “Foi um golpe muito duro. Estava tudo combinado que eu ficaria com o cargo. Fizeram tudo na surdina e nem me avisaram de nada. Foi um desrespeito”, argumenta Rubem.
No processo, Paulo Rubem conta com depoimentos de caciques de vários partidos, que segundo ele, lhe dão credibilidade de que a troca em nada tem a ver com infidelidade partidária. Para se ter uma idéia, foram ouvidos o governador de Pernambuco presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, o ex-líder do partido na Câmara, Luiz Sergio (PT-RJ), e o ex-presidente do PT de Pernambuco, Jorge Perez, o presidente da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo, o ex-líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (ex-ministro das Comunicações do Governo Lula), o ex-ministro da Educação e senador Cristovam Buarque (PDT), o ex-secretário de Comunicação do PT de Pernambuco Odilon Lima e o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE).
Eduardo Campos afirmou que a saída do parlamentar do PT se deu em razão de desentendimentos ocorridos durante anos. "Acho que a razão principal da saída (de Paulo Rubem) foram as divergências que se acumularam com o tempo. Por ter sido colega dele entre 2003 e 2006, pude acompanhar as dificuldades que ele teve ao longo dos últimos anos no PT", disse o governador na época do depoimento.
terça-feira, 15 de abril de 2008
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