quinta-feira, 22 de maio de 2008

APROVADA EM COMISSÃO A REGULAMENTAÇÃO DA EMENDA 29, QUE TRATA DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA NO PAÍS



Por Paulo Rubem

O blog reproduz matéria disponível no Jornal da Câmara na edição de hoje mas ressalta que há um erro na cobertura da decisão da Comissão de Seguridade Social e Família sobre o assunto.

A receita para financiar a saúde, nos termos do parecer aprovado, virá da aplicação de percentuais progressivos sobre a receita corrente bruta da união federal, anualmente calculada e distribuída segundo os termos do Projeto de autoria do Senador Tião Vianna (PT-AC).

Além disso, reiteramos, como fizemos durante a votação da regulamentação, a importância de se priorizar o financiamento da saúde, em vez de se admitir, como agora, retirar o excedente do superávit primário para compor o Fundo Soberano, pelo qual recursos públicos serão aplicados em investimentos no exterior, via BNDES, para se impulsionar os grandes exportadores brasileiros.

Segue a matéria.
Seguridade amplia recursos para saúde sem prever receita

Luiz Alves

O projeto gerou polêmica porque não traz previsão de fonte de recursos para os novos gastos.

A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou hoje o Projeto de Lei Complementar 306/08, do Senado, que regulamenta a Emenda Constitucional 29 e amplia os recursos para a saúde pública. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, anunciou que a proposta deve entrar na pauta do Plenário na próxima quarta-feira (28). O projeto tramita em regime de urgência e ainda será votado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Chinaglia não acredita em acordo entre os parlamentares que querem a definição de uma fonte de recursos para os novos gastos e aqueles que apóiam a aprovação do texto original do Senado, sem especificar a origem do dinheiro. A proposta aprovada pela Comissão de Seguridade não traz essa previsão. Entre as sugestões para cobrir as novas despesas está a recriação da CPMF.

A estimativa é que a proposta acrescente entre R$ 9 bilhões e R$ 12 bilhões ao orçamento federal da saúde deste ano (fixado em R$ 48 bilhões). O projeto também obriga a União a aplicar na saúde, a partir de 2011, no mínimo 10% de suas receitas correntes brutas, que incluem as receitas de tributos, patrimonial, de serviços públicos e transferências.

Estados e municípios

Em relação aos estados e municípios, uma das principais medidas previstas no projeto é a definição do que são gastos em saúde. Nesse enquadramento estão, por exemplo, as despesas típicas do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, já não poderão ser computadas despesas como as de pagamento de aposentadorias e pensões, ainda que relativas a servidores da saúde; e com merenda escolar ou outros programas de alimentação, mesmo se executados em unidades do SUS.

O texto aprovado pelo Senado mantém para os estados e municípios os percentuais mínimos de gasto em saúde previstos na Emenda 29 (12% para os estados e 15% para os municípios). De acordo com o texto aprovado, estados e municípios que não estão aplicando esses percentuais terão até 2011 para se enquadrar à norma.

A proposta também exige que a União aplique em saúde 8,5% de suas receitas em 2008; 9% em 2009; 9,5% em 2010 e 10% em 2011. Atualmente, não há um percentual fixo para as despesas da União com saúde, já que a Emenda 29 vinculou esses gastos à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB).

Fonte de recursos

Em seu parecer na Comissão de Seguridade, o deputado Rafael Guerra (PSDB-MG) recomendou a aprovação do projeto na forma como veio do Senado. Segundo o relator, a votação representa uma conquista para os parlamentares que há mais de uma década tentam aumentar os recursos para a saúde. "A proposta conta com o aval da Conferência Nacional de Saúde e de todas as entidades que se empenham para melhorar efetivamente a qualidade dos serviços públicos de saúde", reforçou.

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