sábado, 3 de maio de 2008

Grau de investimento pode elevar taxa de juros, alerta economista



O Blog pede licença e compartilha a matéria abaixo, também da edição on-line da "Folha de São Paulo", novamente buscando ajudar nossos leitores a melhor entenderem a concessão ao Brasil do "Grau de Investimento" por uma agência de classificação de risco.

02/05/2008 - 16h24

Euforia no mercado continua nos próximos dias

Da Redação
Em São Paulo

O chamado grau de investimento, concedido ao Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s, que provocou euforia na Bovespa, pode provocar um aumento na taxa básica de juros.

Esta é a avaliação do economista-chefe da UPTrend Consultoria Econômica, Jason Vieira.

"Se nós tivermos o grau de investimento como um catalisador do crescimento econômico e se imaginarmos que o Banco Central, no atual nível de demanda, já está muito preocupado com a inflação, esta preocupação pode se acentuar ainda mais no futuro se o Brasil crescer mais que os níveis atuais. Isto significa que nós podemos entrar entrando em um processo mais acentuado de aperto monetário, ou seja, de aumento de juros no Brasil", afirmou.

Para o economista, o prejuízo para os exportadores brasileiros deve aparecer no futuro.

"A queda do dólar prejudica o exportador, mas não ainda em 2008. Os contratos de cambio e de vendas commodities já foram fechados, mas é neste período que os exportadores começam a trabalhar para 2009", afirma.

Vieira sugere que o governo federal aproveite a oportunidade para fazer reforma fiscal, aperfeiçoando o gasto público, e uma reforma tributária, para cobrar impostos de forma inteligente.

Se por um lado há preocupação com o possível aumento dos juros, com queda do dólar e com uma possível redução da balança comercial brasileira, por outro, o economista vê pontos positivos para o país com a nova classificação.

Segundo Vieira, o fluxo de investimentos no Brasil vai aumentar.

"Isto é bom para quem tem investimentos em bolsa. Haverá também mais investimentos na cadeia produtiva brasileira", diz.

Para o economista, a euforia do mercado financeiro deve durar mais alguns dias e o otimismo dos investidores com o Brasil seguirá até o final do ano, até quando, segundo ele, outras agências de classificação de risco também devem elevar a "nota" do Brasil.

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