Foto da prisão do empresário Zuleido Veras, da Construtora Gautama, na Operação Navalha.
da Folha Online
Atualizado às 18h02
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra 61 acusados de envolvimento com a máfia das obras, desarticulada pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Entre os denunciados estão o ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), os governadores Teotônio Vilela (PSDB-AL) e Jackson Lago (PDT-MA), e os ex-governadores João Alves Filho (DEM-SE) e José Reynaldo Tavares (PSB-MA).
O dono da empresa Gautama, Zuleido Veras, também denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República), é acusado de liderar o esquema de pagamento de propinas para autoridades públicas.
Os acusados foram denunciados pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, fraudes em licitações e crimes contra o sistema financeiro.
A Procuradoria trabalha na denúncia desde maio de 2007, quando a PF deflagrou a operação.
A quadrilha atuava no Distrito Federal e em nove Estados --Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão e São Paulo-- infiltrada nos governos federal, estadual e municipal.
Segundo a PF, a quadrilha desviou recursos do Ministério de Minas e Energia, da Integração Nacional, das Cidades, do Planejamento, e do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).
Para obter vantagem nas licitações para obras públicas, a empresa pagava propina e dava presentes para as autoridades envolvidas.
Outra lado
A assessoria do governador Teotônio Vilela disse que ele vai se manifestar somente quando for notificado e receber cópia da denúncia, o que ainda não ocorreu. Segundo assessoria, o governador tem "total interesse" em esclarecer os fatos e mostrar não tem ligação com o esquema denunciado pela PGR.
O governador Jackson Lago divulgou nota na tarde desta terça-feira na qual ressalta que tomou conhecimento da denúncia com "surpresa e indignação". Segundo o governador, seu nome fora mencionado indiretamente em ligações telefônicas de terceiros.
Segundo Lago, as "ilações feitas à ocasião foram amplamente esclarecidas à Justiça e à opinião pública". O governador explicou que os pagamentos do governo à construtora Gautama, no início da sua gestão, são referentes a obras já realizadas, atestadas e contratadas antes de sua posse.
"O povo do Maranhão, que me conhece, sabe que o ônus político de mais esta infâmia será pequeno diante da missão que me confiou de libertar o Maranhão do atraso", afirma o governador na nota.
O ex-ministro Silas Rondeau não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto.
terça-feira, 13 de maio de 2008
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