sexta-feira, 23 de maio de 2008

Superávit leva Lula a suspender fundo soberano



Da "Folha de São Paulo", on-line

23/05/2008 - 03h15

Superávit leva Lula a suspender fundo soberano


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu suspender o lançamento do Fundo Soberano do Brasil, anunciado há 10 dias pelo ministro Guido Mantega (Fazenda). Lula está preocupado com o cenário internacional adverso e a inflação em alta, e ainda tem dúvidas sobre o uso de recursos do superávit primário para formar o caixa do fundo, informa Valdo Cruz, em matéria publicada na Folha. A reportagem completa está disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL.

Economistas de fora do governo, como Luiz Gonzaga Belluzzo, aconselharam o presidente a elevar o superávit primário, mas para controlar a inflação e não para destinar a economia excedente ao fundo, como quer Mantega.

Lula, no entanto, cogita utilizar parte das reservas internacionais para criar o fundo soberano, o que evitaria o uso de recursos fiscais. Atualmente o Brasil possui cerca de US$ 200 bilhões em reservas, e US$ 15 bilhões desse bolo seriam usados para criar o fundo. A medida, contudo, já foi descartada anteriormente por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central.

Lula disse a seus ministros ter considerado o formato "supercomplicado e pouco harmônico". Ele, contudo, ainda não tomou uma decisão. Na última segunda-feira, determinou que o ministro Mantega segurasse o envio ao Congresso do projeto de lei que cria o Fundo Soberano do Brasil.

Fundo soberano

O fundo soberano é um tipo de fundo de investimentos administrado pelo governo de um país para ser aplicado no mercado, que usa geralmente reservas internacionais ou parte da arrecadação fiscal em sua composição.

No caso do Fundo Soberano do Brasil, anunciado no último dia 13 por Mantega, seria uma poupança utilizada em caso de crise, servindo também para ajudar empresas brasileiras no exterior e tirar dólares de dentro do país, no caso de desvalorização da moeda americana.

Desde seu lançamento a idéia foi muito criticada por economistas, que alegaram que a grande quantidade de dólares armazenada nas reservas internacionais brasileiras não significa dinheiro sobrando.

Além disso, parte dos recursos do fundo viria da arrecadação de impostos que, por sua vez, geraria uma verba utilizada para financiar empresas.

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