terça-feira, 6 de maio de 2008
LULA FAZ COMENTÁRIOS SOBRE "GRAU DE INVESTIMENTOS" : CONFIRA E COMPARE COM NOSSAS OBSERVAÇÕES ANTERIORES
Por Paulo Rubem Santiago
O Blog reproduz a entrevista de LULA publicada no Blog do Josias de Souza, na "Folha On-Line" ( Folha de São Paulo)
.
LULA fala das "cautelas" a serem adotadas sobre os novos cenários onde uma enxurrada de dólares poderá entrar no País.
Bem, para uma política macroeconômica e fiscal que deixou de cobrar impostos para quem, lá de fora, comprasse títulos públicos, que permitiu a entrada de dólares especulativos alimentados pelas mais altas taxas de juros do mundo sem fazer qualquer controle de capital, é uma boa opção acreditar que agora vai haver seletividade na permissão para que mais dólares entrem aqui.
Vejam a entrevista e releiam as matérias que postamos antes aqui, sobretudo a última ( "GRAU DE INVESTIMENTO: AS LIÇÕES DOS ANOS 70 E DA ERA FHC " )
Segue a entrevista.Boa leitura, boa cautela.
ENTREVISTA
Lula diz que vai frear entrada de dólares de especulação
Presidente diz que Brasil tem US$ 200 bilhões de reservas
Do Blog do Josias
Lula falou ao jornal noturno da TV Cultura. A entrevista foi ao ar na noite de ontem. Perguntou-se a ele se não receia que o Brasil seja inundado por uma torrente de dólares, depois de ter sido reconhecido como um porto seguro para investidores externos.
E o presidente: “Primeiro, eu quero que entrem todos os dólares do mundo dentro do Brasil. Segundo, eu acho que nós temos que ter mecanismos para não misturar o dólar que entra para o setor produtivo, para construir uma fábrica, para gerar emprego, com o dólar que vem para especulação”.
Em seguida, Lula admitiu algo que seus ministros econômicos vêm evitando debater em público. Disse que, para frear a entrada dos dólares que vêm ao Brasil só para beliscar os juros e ir embora, o governo pode recorrer ao aumento de imposto. A entrevista durou 25min e 17s. Veja trechos a seguir:
Grau de investimento: “Temos que ter uma euforia comedida, porque o jogo tem muito tempo pela frente. [...] Vai levar algum tempo ainda pra gente estar consolidado como uma grande nação e uma grande economia [...]. O que é que eu digo para os meus ministros? Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém [...]. É importante a gente continuar com a mesma preocupação de que o Brasil é um país em construção”.
Gastos públicos: “Não gastamos muito porque não temos muito. Mas a verdade é que há muito sofisma sobre a questão do Estado brasileiro. Houve um tempo em que esse Estado passou oito anos sem dar reajuste para o servidor público e não melhorou a vida do Estado [...].O importante não é discutir se o Estado custa muito ou custa pouco. O que é importante é a gente discutir a qualidade dos serviços que o Estado presta ao contribuinte brasileiro. E nós não prestamos um bom atendimento. É preciso que a gente preste um bom serviço. E, para isso, nós precisamos fazer as reparações nas categorias profissionais que trabalham no Estado”.
PAC: [...] Digo sempre que o último grande investimento em infra-estrutura foi feito no governo Geisel. Naquele tempo, a gente não tinha reservas, não tinha dólar. A gente foi obrigado a tomar petrodólares emprestado, porque estava muito barato. Depois, viramos vitimas dele. Os juros aumentaram e estávamos com uma dívida externa impagável [...]. Hoje, nós estamos em situação altamente confortável. Primeiro, porque nós temos quase US$ 200 bilhões de reservas. Segundo, porque estamos fazendo o PAC com recursos do governo e com recursos das empresas. São R$ 504 bilhões, mais de US$ 270 bilhões [...].
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